O tema “parto normal” sempre me interessou, mesmo quando não cogitava uma gravidez. Em
2015 me casei e um desejo de formar família apareceu. Decidi então que era momento de encontrar um GO que acreditasse nas mesmas coisas que eu. Entre um google e outro encontrei o nome da Dra. Juliana Chalupe. Marquei uma consulta e saí de lá com o coração em paz. DEU
MATCH!
Dia 29/01/2018 eu descobri despretensiosamente que estava grávida. QUE DIA!
A partir de então começaram uma série de preparativos para a chegada do bebê e isso incluía o meu parto, tão esperado e sonhado. Meu pré natal correu muito bem, tive uma gestação tranquila.
Apesar de ter uma GO maravilhosa, na minha concepção a responsabilidade de chegar no dia do parto preparada e informada era minha. E foi isso que fiz! Frequentei rodas de conversas (Doula Curitiba e Projeto Gerar), assisti todos os documentários possíveis, fiz hidroginástica e fisioterapia obstétrica. Dessa preciso dar ênfase, conhecer a Fisioterapeuta Maria Augusta foi um dos pontos altos do meu pré natal. Conseguimos resolver um problema com exercícios de fortalecimento do assoalho pélvico, aprendi a massagem perineal e fizemos exercícios com o EPI-NO. Uma experiência enriquecedora.
Assim que completei 37 semanas comecei a sentir algumas dores. Eu não sabia que os pródromos poderiam começar tão cedo e durar tantos dias. As dores iam e vinham ao longo dos dias e assim foi até 40 semanas. Chegou o dia da DPP, ansiedade a mil e nem sinal do meu trabalho de parto.
Dia 22/09/2018 03:42 (40 + 1) acordo com uma dor completamente diferente do que eu já tinha sentido. Comecei a cronometrar e vi que tinham ritmo, de 10 em 10 minutos. Logo que amanheceu eu pedi para o meu esposo me levar até o hospital para ser avaliada. Chegando lá foi constatado que estava com 4 cm de dilatação ... era chegado o grande dia! O médico que me examinou ao saber do meu desejo de parto normal, me aconselhou a ir para casa descansar e voltar algumas horas depois e foi o que fiz. Cheguei em casa e fui para o chuveiro, andei tanto quanto pude, fiz todos os exercícios na bola de pilates que eu conhecia. A Dra. Ju não estava na cidade nesse final de semana (algo que ela já havia me avisado durante a semana, ela até tentou negociar com meu bebê para ele não nascer nesses dias rs), mas ela estava super preocupada comigo por whatsapp, falando comigo a todo momento. As dores se intensificaram e o ritmo caiu para contrações a de 5 em 5 minutos.
As 13:30 ela me pediu para voltar ao hospital para reavaliar. Chegando lá já estava com 7 cm de dilatação e fiquei internada. Um pouco depois o Dr. Alvaro chegou para me encontrar. Naquele momento eu entendi a importância e a grandeza do Grupo Nascer. Apesar de eu nunca ter conversado antes com ele, eu me senti extremamente em paz. Com muita tranquilidade ele sentou-se na minha frente e decidiu me conhecer, ouvir sobre minha gravidez e o que eu esperava do meu parto. Nesse momento ele me pediu para mensurar a minha dor numa escala de 0 a 10. Eu atribuí nota 6 (coitada!), o que ele prontamente questionou devido a famosa “cara de paisagem” que eu estava. Rs
Algumas horas se passaram e ele fizemos mais um toque, mas não havia evoluído e estávamos nos mesmos 7 cm de dilatação, mesmo eu continuando com os exercícios na bola. Dr. Álvaro então me explicou que eu poderia esperar a evolução naturalmente ou poderíamos romper manualmente a bolsa para acelerar o trabalho de parto. Ele me deixou a sós com meu esposo para que pudéssemos decidir. Pensamos, conversamos e decidimos por romper a bolsa, então as 17:00 o Dr. Álvaro realizou o procedimento. Foi a então que a situação ficou séria. As contrações intensificaram e eu conheci a famosa partolândia. Sim ela existe! É incrível como durante as contrações a sensação é de que realmente você sai do corpo, perde a noção de espaço, de quem você é e até de quem está ali. Me lembro de agachar na cama, morder a toalha e gritar, gritar muito ... Eu jamais vou saber explicar em palavras essa sensação.
Fui para o chuveiro, o que ajudou e muito a controlar a dor, mas em dado momento eu sucumbi a dor, o meu limite havia chegado e eu pedi a analgesia. Eu nunca me posicionei contra pedir analgesia, mas como falei para o Dr. Álvaro quando nos encontramos, eu gostaria de tentar até meu limite e assim foi. Eu queria que meu parto fosse uma boa lembrança e não um sofrimento. No meu caso foi uma ótima opção, eu consegui relaxar e rapidamente cheguei a dilatação total. Dr. Alvaro me disse que eu poderia começar a fazer força durante as contrações. Comecei a tentar encontrar a posição ideal para o expulsivo. E foi de cócoras que consegui trazer meu filho aomundo. A fase expulsiva durou cerca de uma hora. Eu ainda consigo ouvir claramente a voz do Dr. Alvaro na minha cabeça “Pode puxar! Pega teu filho!”.
Eu mesma pegar o Emanuel foi algo que superou minhas expectativas e ficará marcado pra sempre na minha memória. Felicidade completa quando Dr. Alvaro me disse que meu períneo estava íntegro e eu não precisaria de nenhum ponto. Viva a fisioterapia!
EU CONSEGUI!